quarta-feira, 25 de abril de 2007

«25 de Abril é a ponte de Lisboa»

Neste dia tão importante, em que podemos comemorar um dos momentos de viragem mais importantes na história de Portugal, entretida à busca de algo para aqui publicar em homenagem, deparei-me com algo que até me tirou a vontade de publicar aqui, e foi isto (nem vou fazer quaisquer comentários!!):

"Ou os pais ensinam em casa ou então as crianças e jovens do século XXI pouco sabem sobre o 25 de Abril e a Revolução dos Cravos. Na escola, ou não sobra tempo para chegar a este tema, ou a matéria é dada muito «pela rama». E acontece também os próprios docentes não estarem motivados para abordar uma questão que é ainda muito recente e, por isso, desconfortável. O PortugalDiário foi falar com professores de História do 6º, 9 e 12º ano (anos em que é suposto leccionar a matéria relativa à ditadura de Salazar e ao 25 de Abril) e recolheu algumas respostas de alunos que deixaram os docentes de boca aberta:

- «25 de Abril é uma ponte que existe em Lisboa»;
- «Uma das canções-senha foi «E depois de Deus»;
-«Quem fez o 25 de Abril foi o Marcelo Caetano»;
- «Salazar? Foi um rei de Portugal. Foi o D. Salazar»;
- «Otelo? Quem é?»;
- «Otelo foi ministro de Salazar»;
- «Salazar foi Presidente da República»;

«Se vos entrevistarem na rua, por favor, não abram a boca», costuma recomendar a professora Maria Conceição Marques aos seus alunos de 9º ano, de uma escola de Lisboa. É que a maior parte, conta, «não sabe o que foi, nem por que razão houve uma revolução, nem mesmo que existiu uma ditadura em Portugal». E neste campo, sublinha, «os do 9º ano são tão ignorantes como os do 6º ano». «Dizem autênticas barbaridades», desabafa Fernanda M. professora do 6º ano. «A maioria dos alunos não tem a menor noção do que foi o 25 de Abril, nem nunca ouviu falar». Há alguns mais informados, porque os pais explicam, «mas são muito poucos». No 6º ano é mau, no 9º também, mas no 12ºano (apenas para os alunos que seguem o curso de Ciênciais Sociais e Humanas) não é muito melhor. Conceição Rocha é professora do 12º ano numa escola secundária no Porto e conta que, apesar de com estas idades já terem «alguma sensibilidade para o tema», sabem muito pouco e não têm grande interesse em querer saber mais. «Dizem que não têm nada a ver com isso, que quando aconteceu ainda não tinham nascido e, por isso, é uma seca». Para os adolescentes, explica ao PortugalDiário esta docente, «a liberdade significa muito pouco e é difícil explicar-lhes. Acontece também chegarem à escola a insistir que os pais disseram que antes do 25 de Abril também eram livres e que não havia problema nenhum». Quando o tema é a guerra colonial, também é preciso falar «com pinças». «Ainda existem muitos traumas, não dos alunos, mas das famílias», explica Conceição Rocha. Esta docente recorda situações de pais que se deslocaram à escola para protestar com os professores por estarem a tratar o tema de «uma forma muito violenta» ou de uma forma «que não corresponde à verdade»."

Transcriçao integral do artigo «25 de Abril é a ponte de Lisboa», 2007/04/25 00:16 Luísa Melo, em: http://www.portugaldiario.iol.pt/


P.S.: Ah!.... Então foi por isto que o Salazar ganhou no "Grandes Portugueses"!..... Só podia....

1 comentário:

x@яLy disse...

Infelizmente, é muito verdade.
Os próprios professores não estando a vontade sobre os factos dessa viragem na história do nosso País, não conseguem transmitir informação alguma para os nossos futuros governantes e dirigentes de país...o nosso futuro portanto.
Em contrapartida, esta juventude fica a saber tudo relativo a pré-história e a idade média... pensem nisso ;)